terça-feira, 10 de novembro de 2015

Bombeiros encontram mais uma vítima da tragédia ambiental em MG

Edição do dia 10/11/2015 10/11/2015 06h39 - Atualizado em 10/11/2015 06h46 Bombeiros encontram mais uma vítima da tragédia ambiental em MG Valdemir Aparecido era um dos trabalhadores da mineradora. Agora, há 24 pessoas desaparecidas, sendo cinco crianças. Os bombeiros encontraram mais uma vítima da tragédia ambiental em Mariana, Minas Gerais. O corpo foi identificado como sendo de Valdemir Aparecido, um dos trabalhares da mineradora. Agora, há 24 pessoas desaparecidas, entre elas, cinco crianças. Sobre o rompimento das barragens da Samarco, o Ministério Público disse que o caso não pode ser considerado nem acidente, nem fatalidade. Mais de 600 pessoas abandonaram as casas e passaram a viver em hotéis em Mariana. À noite foi montado um posto móvel da Polícia Civil na cidade para ajudar os desabrigados a tirar novos documentos. “Os casos de urgência já saíram com a Carteira de Identidade. Dependendo da demanda, outras poderão ser entregues no prazo de 48 horas”, disse o delegado Rodrigo Bustamante. Mas nem todos conseguiram escapar. O último boletim divulgado pelo Corpo de Bombeiros no início da noite da segunda-feira (9) registra 24 pessoas desaparecidas: 13 moradores de Bento Rodrigues, distrito que foi varrido do mapa quando a barragem de rejeitos arrebentou, e 11 funcionários que prestavam serviço para a mineradora. Dois corpos foram encontrados no final de semana sobre uma ponte no município de Rio Doce, a 100 quilômetros da área do acidente, e estão no IML em Belo Horizonte. O instituto também vai receber outro corpo resgatado durante a tarde em uma área a 70 quilômetros do local da barragem, em Barra Longa. Quase uma semana depois da tragédia, diminuem as chances de encontrar vítimas com vida. Em Bento Rodrigues, um cão farejador ajuda nas buscas. O garoto Tiago, de sete anos, é uma das cinco crianças desaparecidas. Além de tristeza, o acidente gerou muitas dúvidas. Um documento do Ministério Público afirma que o contato entre a pilha de rejeitos e a barragem, que é um reservatório de água, não era recomendado por causa do risco de desestabilização do maciço da pilha e da potencialização de processos erosivos. O Ministério Público foi o único órgão contrário à renovação da licença de funcionamento da barragem, em 2003, e fez várias condicionantes como análise de ruptura da barragem e plano de contingência em caso de riscos e acidentes. “Não foi acidente. Não foi fatalidade. O que houve foi um erro na operação e negligência no monitoramento”, disse Carlos Eduardo Pinto, promotor de Justiça. O Ministério Público pediu que a mineradora Samarco pague um salário mínimo a todas as famílias afetadas pelo desastre.